quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Ter razão ou não ter?


Sei que não tenho
Dom da palavra

Escrevo...

Na ânsia de proferir
O vazio nas mãos.

Estou cansada...

Dos tremores invisíveis das paredes
Das lamentações mudas do som
Da luz semipresente em nós.

Gostava de ser inteligente...

Proferir todas as entoações
Todos os pensamentos soterrados
Para te fazer ver
O que não estás a ouvir.

Escolhas!?...

Essas são difíceis
Observa cada sinal
Constante da evidência.

Porque o que te falta?...
È a tua essência

Ter razão ou não ter?
Algo fundamental?
Neste espaço...
Neste quadrado...
Parece ser!

Porque os sons
Das consoantes
Não se fazem ouvir...

Os destemidos gritos
Abafados
Conseguem-se sentir

Estampados no leito
Do presente