domingo, 5 de junho de 2011

Precipitei-me!...

“Não… precipitei-me!”… Continua a ser a palavra que me assombra e persegue ao longo desta minha caminhada na solidão, seja proferida e entoada por mim ou pensada e escrita por outros. Precipitei-me por querer tudo, precipitei-me por não querer nada, precipitei-me simplesmente porque necessitava de emoção e preenchimento de um vazio que ainda não consegui entender. Precipitei-me porque de novo deixo que as emoções falem mais alto e a espontaniedade seja rainha, não que seja mau… porque não o é… apenas continuo no percurso do entendimento da razão do vazio e da resposta para o preencher, coisa que continua a faltar e a deixar-me ainda mais sedenta de exploração e explicação.

Custa ouvir um não, mas não custa dar. Custa porque simplesmente fico à espera de uma explicação, de um som por mais absurdo mas reconfortante de conhecimento e crescimento. Custa porque nem sempre nos apercebemos das atitudes que tomamos e que afectam positiva ou negativamente os outros e em consequência a nossa imagem perante os mesmos. Custa porque o sinto como uma espinha que fica presa no interior da garganta, cravada, e desconfortavelmente faço algo para a tirar. Custa porque simplesmente custa ouvir um… NÃO. Mas encher a boca com o ruído ensurdecedor da palavra é de tal maneira fácil de pronunciar, tão simples de entoar, tão constrangedoramente sincera e mágica que nem perturba o mais adormecido pensamento bêbado.

Precipitei-me!... e como tudo na vida tive coisas boas e acontecimentos que me arrastaram no mais profundo soprano musical, tal como caí, magoei-me e crucifiquei-me a todo o custo por ainda não ter aprendido que nem todos vivemos no mesmo mundo e cada um possui o seu.

Acima de tudo, ainda bem que continuo no meu mundo e que ele continua de pé e a construir-se, a modificar-se e a transformar-se no mais belo e maravilhoso recanto de pedaço de céu.