quinta-feira, 15 de maio de 2008

O sonho de sonhar

Abro de rompante a porta do quarto
Dois passos sem nexo
O meu corpo caí em cima da cama
Como uma pedra jogada
Brutalmente contra o chão
Olho para o relógio
Os ponteiros sorriem
Apresentam chamas imaginadas
Que ao promenor comovem
Olho em volta
O branco transparece a alma
Percorrendo sem lugar oportuno
Aquele pormenor íntimo
De encontro com o vivido
Sento-me no fundo da cama
Sorrio sem razão aparente
Mergulhando na escuridão
Do verdadeiro e não do crescente
Deito-me de novo
Fecho os olhos cerradamente
Para esquecer ou acordar
Apenas contemplar
A ilusão do que é ter
Poder ou querer
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O sonho de sonhar

terça-feira, 13 de maio de 2008

Verde Puro

Os teus olhos atraiçoam-te
Desmentem cada palavra
Cada sílaba que libertas vocalmente
Que jogas fora como se não soubesses
Que nada do que despejas é verdade
Talvez não seja...
Não porque não o saiba
Mas porque tu não o sabes
Porque pegas em cada pedra
E escreves o teu parecer
Constróis cada degrau
Da escadaria da tua vida
Com o apoio dos abaixo
Na alçada do já conquistado
Das lutas anteriores
Daquilo que foi, é e será
O verde puro

O vermelho dentro do verde
Transparece as lágrimas internas
Derramadas a cada estratégia
Delineada na escuridão momentânea
Onde ideias
Imagens
Momentos
Te assombram cruelmente
Não te deixando sorrir livremente
Não porque não o queiras
Mas porque não consegues
O sentimento subjacente é poderoso
Com maior intensidade de loucura
E não te permites ser feliz
Totalmente não
Apenas brevemente
Onde a verdade é apenas instântanea

No nosso mundo das bonecas
Ès uma ilha em constante erupção
Verdadeira e pura tal como o verde
Contens a força
A magnitude
A soberania
A magia
O encanto de cada paisagem
De cada recanto selvagem
Que possues
Mas não vês
Não porque não queres
Apenas porque não te deixas
Esplanar em todo o teu brilho
O glamour refugiado
Tudo porque pensas demais
Te privas das coisas

As 3 badaladas!

As horas tocam no relógio de parede
1 badalada
O ruído sonoro é insurdecedor
2 badaladas
O som que provém do fundo
Longinquamente perto do meu ouvido
3 badaladas
Relembra tempos passados cruzados

Olho-vos
Visualizo uma imagem futuramente artística

Para contemplação corrente
De reflexão intemporal
Em que as horas passam
Os dias correm
Os anos...
Pequenos frutos tangíveis
Conquistados na batalha do tempo
Por entre guerrilhas internas compartilhadas
À mesa
No sofá
No carro
Debitamos jogos de palavras
Com sentido
Com entusiasmo
Com força na forma de construção
Ouvimo-nos
Ontem
Agora
Sempre

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Me, Myself and I!

Fecho a porta subtilmente
Arranco abruptamente sem destino
Apenas uma imagem percorro
Recupero da penumbra consciente
Aquela imagem tirada sem pestanejar
Fotografada naquele instante peculiar
Com ênfase monumental permanente
Imortalizando cada pormenor
Insconscientemente sentido
Insconsientemente percepcionado
Naquele momento
Naquele instante
Naquela sensação
Vislumbrada
Sem pressa
Sem tréguas
Sem réstea
De exuberância

Entro de rompance na rotunda
Na mesma rotunda de sempre
No alcatrão desgastado pela vivência
Destinado a possuir buracos eternamente
Confiante, rodopio vezes sem fim
Ao encontro da melhor saída
Daquele arrepio repentino
Do frio gelado e instantâneo
Que me imobiliza sem precedência
Sem qualquer sentido figurativo
E me povoa com a sua astúcia
Com conhecimento de causa
Para a consequente e eminente queda
Minha
Tua
De existir um acidente em cadeia
Onde a vida se cruza sem motivo aparente
E o destino prazeiroso sorri

Olho para o relógio do tempo
Aquele pedaço infernal de cor vermelha
Concentrado no enchimento da ampulheta
Reunindo e comandando os actos mais puros
Vendando corporalmente cada grão
Cada movimento profanado
O último grão de areia caí
Gradualmente
Lentamente
Ao encontro daqueles que o querem
Perdurando para aqueles que o vêem
Que entendem que aqueles segundos
Ganhos ou perdidos serão lembrados
Agora
Amanhã
Sozinhos
Acompanhados
Sempre ao encontro: Me, myself and I

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Um...

Um banho aprumado
Um olhar de espelho
Um cheiro tropical
Uma lingerie preta
Uma atitude sedutora
Uma gota perfumada
Uma única borboleta

Um arranque de motor
Uma nota musical
Um timbre resgatado
Um último retoque
Um desvio de olhar
Uma sensação de aperto
Um clima no ar

Uma viagem alucinante
Uma sensação encalorada
Um toque exploratório
Um desejo selvagem
Um arrepio incontrolado
Um suspiro escondido
Um sonho acordado

Uma imagem criada
Uma sombra colorida
Um momento intangível
Uma viagem vertiginosa
Um brilhante olhar
Um intemporal mistério
Num beijo estrelar

terça-feira, 6 de maio de 2008

Se o mar falasse...

Se o mar falasse
Um contador de histórias seria
Sentado à lareira
Deixando os seus ouvintes
Fantasiando
Imaginando
A cada palavra
A cada momento
A cada pensamento
As conquistas
As derrotas
As lágrimas
Os sorrisos
Daqueles que nele procuram
Uma resposta
Um desafio
Um alívo
Para a dor
Angústia
Paz
Alegria

Se o mar falasse
Milhões de história contaria
Entre ondas e turbilhões
A areia apoiaria
A loucura se instalava
Com os caranguejos
E os peixes
Em folia

Se o mar falasse
A minha hitória contaria
Todos os momentos
De alegria
Paixão
Amor
Dor
Angústia
Mágoa


Se o mar falasse
Diria que nele procuro
Momentos de reflexão
Isolamento
Que nele encontro
A resposta
Que necessito
Ou apenas
Anseio por ouvir

O mar...
Somos nós!

Vôo

Vôo bem alto,
Vôo bem longe,
Transito entre pensamentos,
Vagueio nas memórias,
Resgato momentos

De entre segundos
Que passei contigo.

Tudo parece um sonho
Fantasiado e imaginado,

Vezes sem conta.
Será retirado de um filme?
Sentimental e romântico?
Aconteceu de verdade?


Teus beijos doces...
Eternos apaixonados
Teu corpo no meu...
Como um só,
Um só desejo
Uma só alma
Tuas mãos tocando-me...
Tal como cetim
Sedoso e profundo
Massajando-me profundamente

Renasci...
Reencontrei-me de novo
Junto a ti!

Não hesito
Deixo-me guiar...
Por quem?
Não o vejo...
Sinto apenas.
Um toque mágico...
Profundo e apaixonado!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sentada a teu lado

Sentada a teu lado
Os meus olhos percorrem
Cada canto…
Momento…
Milímetro do teu ser
À procura de um sinal
Daquele som de partida
Daquele ponto de chegada

Os meus olhos pedem
A minha boca exclama
Para te sentir
Para te tocar
Apenas…
Para te ter
Nos meus braços
No meu corpo
Deitada
Sem pressa
Enrolada
Em ti...

Sentada a teu lado
Sinto o teu calor
O exalar do ar quente
Que carregas
Que transpiras
Em todos os movimentos
A cada palavra
A cada respiração

As minhas mãos percorrem-te
O meu corpo acompanha
A minha mente viaja
Ao som da música
No balanço de cada nota
De cada ponto suspenso
No tempo
No espaço
Consumindo cada estrofe
Cada gesto
De tal ambíguidade
Que me enlouquece

Sentada a teu lado
O teu olhar percorre-me
Instalando-se sem pedir
Sem noção
Ou compreensão
À procura de autorização
Para o lançamento
Para a explosão

Os meus passos descompensados
Quebram sem noção
No momento primordial
No encontro secreto
Ao sabor da tua boca
Do gosto dos teus lábios
Do fugor exaltado
Da respiração acelarada
Que escapa
Que se sente
A cada movimento
Teu...

Obrigado Mãe!

Minha vida, meu porto, minha segurança
Agora, amanhã, sempre
Eu te amarei

Obrigado MAE, por seres quem és e representares tudo na minha vida!
Um obrigado por estes 23 anos como amiga e mãe.