quinta-feira, 24 de julho de 2008

Não quero mais

Não
Eu não quero mais
Chorar até mais não
Sentir saudades
Ter-te em pensamento
Sentir-te no coração

Não
Eu não quero mais
Saber que existes
Viver na ilusão
Pensar em nós
Naquele verão

Não
Eu não quero mais
Que sorrias
Que me olhes
Que me contes
A tua visão

Não
Eu não quero mais
Sentir ciumes
Ouvir a melodia
Do vulto negro
Que se apodera sem razão

Não
Eu não quero mais
Porque tinhas de voltar
Procurar-me de novo
Voltar ao passado
Esgotar-me de cansaço

Não
Eu não quero mais
Sentir-te do meu lado
Amar-te
Querer-te
Até à exaustão

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Hoje!

Hoje sinto uma explosão enorme de felicidade por saber que a pessoa que mais amei (para além da minha mãe claro! em que esse amor será para sempre eterno) num passado recente, encontrou outra pessoa! Ou pelo menos têm outra pessoa do seu lado para se apoiar, chorar, rir, sonhar e partilhar o dia-a-dia. Não vou esconder o facto do meu estômago ter ficado estranho e uma picada valente me ter estremecido o corpo e que durante breves segundos os meus olhos ficaram encharcados levando mesmo a que uma gota transborda-se e percorre-se o meu rosto! Senti-me nostálgica, pequena e grande ao mesmo tempo, não por estar triste mas por saber que apesar de todo o sofrimento aquilo que me lembro são das coisas boas e dos momentos felizes e alegres ao lado daquela pessoa que sabia ser o meu princípe encantado! Construí ruas, arquitectei casas, plantei árvores, colhi frutos e fui feliz! Isso é muito importante certo? Consegui mudar mentalidades e colocar 2 meninas (as minhas gatinhas) dentro do nosso espaço a qual nos apegámos e fazem dele neste momento fantoche.
Sim............fui e sou feliz!!
Obrigado por me agradeceres foi muito importante para mim o facto de saberes quem sou e que apesar dos maus momentos também foste feliz!!
"passei momentos contigo maravilhosos e fui muito feliz, conseguiste dar uma nova lufada de ar fresco e senti que também podia ser feliz apesar de sempre ter tido uma vida de dissabores e de coisas tristes, por isso te agradeço."
"por muito que estejamos separados nunca te esquecerei, mais uma vez obrigada por me teres feito sentir a pessoa mais feliz deste mundo"
"consegues fazer feliz qualquer homem mas tens de ter cuidado com algumas atitudes para n vires a estragar tudo"
Obrigado eu por me teres feito ver o que era amar de verdade!!
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Para sempre tua

A Dupla

Uma descolagem abrupta
Com um bilhete sem regresso
Um amor sem fim
Que nem aos céus confesso

Abro as assas
Levanto o trem de aterragem
Vôo
Ao encontro do teu regresso

Num momento esperado
A chegada triunfal
Um castigo cruel
Uma traição imprópria
Um coração blindado
Uma aterragem forçada
Numa paisagem distante
Jamais imaginada (conscientemente)
Ou esquecida
Pelas razões mais óbvias

A vontade de uma subida ancestral
Transcende as razões mais óbvias
Escolhem motivos maiores
Com as suas próprias visões


P.S - Numa noite, após um jantar e dois dedos de conversa, uma caneta e o papel convidaram dois amigos a escrever (Eu e Tiago Silveirinha)

terça-feira, 22 de julho de 2008

A chuva

Lá fora a chuva caí
Limpa todos os pontos sujos
Das ruelas da cidade
Visto um casaco
Saío porta fora
Caminho sobre as lágrimas do dia
Deixo que elas me limpem também
Que lavem toda a sujidade
Que albergo
Que sinto
Na imensidão do desconhecido

Correm gotas pesadas
Carregadas de solidão constante
Àgua purificada e salgada
Pequenas saliências que deslizam
Sobre a face triunfante
Enfraquecendo na passagem
Cada poro vagabundo
Em busca da liberdade
Na ilusão de encontrar a felicidade
A determinação e a vontade
De crescer para aprender a viver

Chapinho como criança
Na poça de lama
Junto ao jardim de infância
Na esquina do cruzamento da esperança
Onde te encontro a passear o sorriso
Como se o prémio fosse
Aquele que ganhaste
Quando me empurraste
Na cadeira de baloiço
Destinada a perdurar
Na noite de luar

Procuro-te sem perguntar
Nem pensar, nem opinar
Se o amor é o conjunto
Que se compra na loja do fundo
Enraizada nos confins do baú
Onde me pertences e me encontras
Sem precisar de lutar
Onde me escondo de ti
Para aliviar e apaziguar
A chuva que caí
Oh belo poema para amar

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Imagem do luar

Se pintor eu fosse
Representaria a imagem vidrada
Captada pelos teus olhos
Junto ao luar da madrugada

O brilho de um momento
Mágico e vibrante
Que te levou a suspirar
Por mais um instante

Além horizonte
Névoa deslumbrante
Ficaste seduzida
Pelo seu luar gritante

Lua cheia, lua brilhante
Deixaste a viajante
Rendida com encanto
Ao teu clarão ofegante

Sobre as casas, sobre o mar
A tua forma redonda
Aconchega os recantos
Do fugor retido no seu olhar

Se pintor eu fosse
Mil pinceladas precisaria
Para representar
A imagem do seu luar

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Numa mesa de café

Numa esplanada à beira-mar
Duas chàvenas brancas fumegantes
Distraem dois jovens
Que estonteantemente conversam
Numa mesa de café
Na esplanada à beira-mar

Ela olha para ele
Sorri
Sem razão ou intenção
Apenas a celebração
Da grandeza que é ter vida
E viver
Possuir sentimentos
Ser emocional
Ser quem é
Sente uma forte batida
Desvia o olhar por segundos
O vazio instala-se
Como por segundos
E como por magia
Nada será como antes
Os promenores alteram
As personagens substuídas
Palavras consumidas
Ecoam em câmara lenta
E formam uma rede interactiva
De balões suspensos
Literalmente enjaulados

Numa esplanada à beira-mar
Dois copos gelidamente refrescantes
Distraem dois jovens
Que estonteantemente conversam
Numa mesa de café
Na esplanada à beira-mar

Ele olha para ela
Sorri
Sem razão ou intenção
Apenas a celebração
Da partilha daquele momento
Junto dela
Sabendo que não faz ideia
Do que ele pensa
De quem é
Os seus olhos brilham
Ele sabe que ela reparou
Apenas sorriu
Como que de um sinal se trate
Igual ao de um jogo de cartas
Em que o está em cima da mesa
É do conhecimento de ambos
E no fim o consumido
É de consentimento mútuo
Onde a mesa de café
Serve de bandeja
Para o entoar de suspiros
De dois corpos molhados

Numa esplanada à beira-mar
Dois beijos foram roubados
Ao sabor do mar salgado
Que serviu de cenário
Numa mesa de café
Na esplanada à beira-mar

Rosto do passado

Nasce mais um dia
Que me cumprimenta
No primeiro abrir de olhos
Cheio de cores brilhantes
Que me aquece a face
No primeiro arfar
Do momento constante

O sol radiante acompanha-me
Ao longo das cruzilhadas temporais
E das reviravoltas travadas
Nos confrontos assinalados
Do quotidiano precário
Devorado mágicamente
Como um livro de crianças

Olho para o rosto do passado
Para a imagem fotografada
Pintada de fresco naquele momento
De luar sob a luz estrelar
Em que a sombra pairava
Como se a alma transcende-se o seu lugar
Sem um suspiro soltar


Nasce mais uma noite
Sorrindo voluntariamente
Com todas as suas tropas luminosas
Fazendo brilhar o vigor secular
Das viagens territoriais
Perdidas nos recantos
Dos seus dois olhos

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Olho para ti

Uma sombra acompanha-me
Levanto a cabeça
Os teus olhos ressalvam
O negro sentido misterioso
Do sorriso vincado
Com a verdade momentânea

Olho para ti
Mas não te vejo
Não sei quem és
Tudo porque...
Não me vejo a mim

Uma lembrança repentina
Recordo o nosso passado
O cheiro a canela
Do incenso queimado
O odor dos corpos unidos
No banho aromatizado

Olho para ti
Mas não te vejo
Não sei quem és
Tudo porque...
Não me vejo a mim

Uma memória desgastada
A dor pesada da mágoa
Da tristeza de outrora
Plantada nos confins
Do baú da saudade
Do nosso castelo

Olho para ti
Mas não te vejo
Não sei quem és
Tudo porque...
Não me vejo a mim

segunda-feira, 14 de julho de 2008

A Esquina

Dobro a esquina daquela rua
Tão conhecida e familiar
Que me cumprimenta
Com um bom dia caloroso
E um sorriso estridente
A cada passagem
A cada movimento voluptuoso
Sem nada fazer ocultar.

O seu vento rodopia lentamente
Acompanhando meus passos
Energéticos e pesados
Que transpassam o ponto central
Daquela sua calçada de pedra
Forrada em tons cinzentos
Desgastada pelo tempo e pesar
Daqueles que a pisam sem um único olhar.

A dobra esguia e aguçada da parede
Transborda cores luminosas e abafadas
Formando sombras relutantes negras
Pequenas sillhuetas sem nexo
Perfeitamente impacientes na conquista
De mais um espaço, de mais um corpo
No dia daquela esquina veloz e transparente
Albarroada por tanta gente.