terça-feira, 28 de abril de 2009

Passeio


Passeio pela calçada lisboeta
Sob a folia das luzes nocturnas
Entre vitrinas ostentadas
E fachadas pombalinas

Percorro com demora
A outrora avenida enamorada
Saboreando cada detalhe
Da vida lusa prometida

Sentada nos antigos bancos
Deformados e sujos
Com a cabeça entre os joelhos
Ouço os passos descompensados
E as buzinas alegóricas
Do rodopio da orquestra portuguesa

A meu lado um homem estático
Segura o pote de água corrente
Embelezado pela vegetação primórdia
De contentamento questionável

Passeio mais um pouco
Aos encontrões sugestivos
Nos pensamentos correntes
Daqueles que se afastam
Por entre o meu caminho

Continuo a minha demanda
Sob o luar bairrista
Dos lunáticos sem razão
Junto à colina da vida

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Como?


Estou prisioneira de um começo
Pela eterna felicidade
Da magia deslumbrante
De um beijo apaixonado
Da emoção transparente
Do coração estonteante
Quando te olho
E...te vejo
Sem máscaras
Sem mágoas
Apenas tu...e...eu

Como me encontras-te?
Como sabias que te queria?
Como o calor do desejo intencional
Fugaz e emocional
Se tornou minha vizinha?

Saltitanto na embelezada vivência
Por entre campos selvagens
De virgindade patente
E robustez do presente
Caminho sobre as linhas férreas
Delineada pela sinuosidade da vida
Perdida nas objectividades
Dos flash subjectivos
Na ânsia de encontrar
Entender e procurar
A resposta da decisão a tomar

Como me encontras-te?
Como sabias que te queria?
Como o calor do desejo intencional
Fugaz e emocional
Se tornou minha companhia?

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Fui Desafiada!

1-Nome?
Sara

2- Porque lhe deram esse nome?
Devido ao seu significado ("Minha princesa")

3-Você faz pedidos às estrelas?
Sempre. Elas fazem parte da minha imaginação constantemente

4- Quando foi a última vez que chorou?
Sexta no cinema com as babes

5- Gosta da sua letra?
Sim

6- Gosta de pão com quê?
Com queijo flamengo

7- Quantos filhos tem?
Não tenho

8- Se fosse outra pessoa seria seu amigo?
Sem qualquer sombra de dúvida

9- Saltaria de bungee-jump?
Claro! Esse ainda é um dos meus sonhos por realizar

10- Dessamarra os sapatos antes de tirá-los?
Se não o fizer não tenho mais trabalho?

11- Acredita que é uma pessoa forte?
Não tanto como gostaria

12- Gelado favorito?
Canela

13- Vermelho ou Preto?
Preto

14- O que menos gostas em ti?
Insegurança e mau humor para quem não merece

15- O que mais gostas em ti?
Olhos, por serem verdadeiros

16- De quem sente saudades?
Das estrelas e de mim

17- Descreve que tipo de roupa está a usar agora?
Um vestido, uma camisa, collants e saltos altos

18- Qual foi a última coisa que comeu hoje?
Almoço da "Vitaminas"

19- O que está escutando agora?
Jason Mraz

20- A última pessoa com quem falou ao telefone?
Mummy

21- Bebida favorita?
Caipirinha

22- Comida?
Muamba

23- Último filme que viu no cinema e com quem?
“Ele não está assim tão interessado”, com as babes!

24- Dia favorito do ano?
Ano após ano denoto uma crescente evolução para aceitar que o dia de aniversário tem de ser o melhor do ano

25- Inverno ou Verão?
Verão SEMPRE!

26- Beijos ou abraços?
Beijos carnais!

27- Sobremesa favorita?
Mousse Manga

28- Que livro está a ler?
Por enquanto nenhum

29- O que tem na parede do seu quarto?
Fotos

30- Filmes Favoritos?
"Danny the Dog" e "P.S - I Love You"

31- Onde foi o lugar mais longe que já foi?
O meu inconsciente

32- Uma música?
"She"

33- Uma frase?
Um sorriso será para sempre Eterno

P.S - Eu aceitei o desafio e tu?

sexta-feira, 3 de abril de 2009

O Segredo


Estaciono junto ao rio Tejo com vista soberba para as margens de Lisboa e Almada. Junto á margem este do rio passeiam casais enamorados dando as mãos clandestinamente, crianças esfomeadas de energia saltitante e os mais velhos, para quem o tempo tem passado vincadamente no seu corpo usado pelas décadas passadas. Do alto, o sol reflecte todo o seu brilho sob a penosa folia ventosa que rodopia ao tom do compasso de um assobio. Olho ao espelho. Não reconheço quem me olha. Seu olhar sem brilho mais parece um rastilho pronto a acender. Seu sorriso sem réstea de alegria permanece enjaulado para domesticação. Retiro o estojo cor-de-rosa e começo a transformação. O lápis preto inicia a magia dando lugar aos brilhos catatónicos finalizando com o contraste cor de caramelo no preenchimento da definição da linha carnuda do poder. Gotas perfumadas a flores, acabadas de colher, com leve traço a incenso de canela pairam sob o pescoço até á linha de sedução. Passo os dedos pelo rebelde cabelo encaracolado como se ele fosse ficar muito diferente do usual e coloco um gancho na madeixa de cabelo que tem tendência para me enervar. Olho ao espelho. Falta apenas o retoque final. Ajeito o colorido top estonteante e o busto fica absolutamente perfeito para o momento, nada de exageros ou cobertura total apenas o toque certo e a medida ideal. O triângulo encantadamente sedutor fica concluido. Olho ao espelho. Reconheço quem me olha. Seus grandes olhos revelados cintilam ao tom da amadurecida jabuticaba acabada de colher. Seu sorriso fluente e inebriante ilumina o dia de quem tem o privilégio de o contemplar. Calço os saltos agulha, verdes erva, em sintonia com todo o conjunto borboleta apresentado. As assas...essas estão marcadas no meu corpo, mente e alma. De forma pausada, traço o meu caminho até ao parque com as árvores bonzai anciãs onde o túnel grená faz a passagem. Uma porta deformada simétricamente com hieróglifos primários dá as boas-vindas ao mundo secreto. Subo o primeiro degrau dourado...uma paz profunda assola-me. Subo o segundo degrau dourado intenso...o meu corpo estremece. Fico parada no terceiro reluzente degrau...o aroma da felicidade e da liberdade é sentido em todo o seu esplendor. O que era um parque aos meus olhos passou a floresta encantada no consciente. Dou o passo em frente...todo o corpo possui uma leveza in natura primordial. Passeio pelas bonitas copas floridas, por entre vegetações revestidas, cataratas fascinantes, vidas significantes que borbulham a cada rodopio do assobio. A meu lado, pequenas maravilhas acompanham-me ao sabor do compasso musical trauteado pela feudal clave estrelar. Uma onda de forte dimensão leva-me a planar na sua direcção. Avisto um clarão sem proporção sob a face de quem me espera. Aterro sem noção, completamente adormecida pelo encantamento da luz ancestral. Tento falar e tudo o que consigo fazer é soltar as mais belas borboletas que estavam presas no meu interior. Elas tomam um único rumo...chamar a atenção do segredo. Um eterno segundo seguido de uma brisa avassaladora foi o suficiente para o enamoro primaveril do mistério.