segunda-feira, 31 de março de 2008

Um primeiro encontro

Olho para o lado...
Por entre o espaço criado
Fisíco e imaginado

Um sorriso terno
Revela-se timidamente
Um aceno de mãos
Cumprimenta-se mutuamente
Um piscar de olho
Aparece cúmplice
Acanhado e exuberante

Dois arranques estremecidos
Um estômago apertado
Um primeiro encontro saboreado
Entre minutos corridos
Horas enlouquecidas
Palavras consumidas
Sem pressa
Com gargalhadas convidativas
A mais um gole
A mais uma história
De um passado, futuro e presente

Um primeiro encontro
Não deixado ao acaso
Onde sorrisos,
Olhares,
Gestos,
Formas,
Conteúdos,
Maneiras
Foram apresentados cordialmente


O ponteiro do relógio não parou
O tempo imobilizou
Por segundos
Como que por magia
O meu mundo estremeceu
Virou brilhante
Encantador
Magestral

As conversas
Pequenas loucuras
Ofegantes
Viajadas
Trauteando notas
Entre sorrisos
Olhares
Pensamentos

As estrelas passeiam
Acompanhadas
A lua sorri
Encantada
O sol nasce
Radiante
Ao ser observado
Cumprimentado
Naquela manhã
Por ti...
Por mim...

sábado, 29 de março de 2008

Carta de Despedida

Até amanhã...
Uma palavra tão simples e acreditável no nosso mundo.
Simbólica, atraente, desejável.
Dizemos até amanhã como se fosse... algo possível!
Concretizável!
Sentimos esperança.
Deixamos que nada nos diga o contrário.
Contamos sempre, acreditamos sempre que (o amanhã) existe!
Adormecemos! Sonhamos!
Acordamos para um novo dia.
Verificamos que nada mudou de ontem para hoje,
E que o amanhã se encontra tão distante!
Como pensar em amanhã?
Que palavra...
Que sentimento...
Que ilusão...
Como conseguimos viver?
E se o amanhã não existe?
Se for fruto de uma ideologia?
De algo criado tal como a fé?
Vivemos numa sociedade...
Não!
Sociedade, não!
Cada um vive tal como quer, como deseja,
Ou pelo menos tenta.
Eu... não vivo!
Deixo-me viver!
Deixo que o meu corpo se embale neste rodopio que é a vida!
Stress, cansaço, desespero, desencontros...
Todo este sofrimento para quê?
Para no final dizer: ”Como pude perder tanto da minha vida?!”
Acreditamos sempre no amanhã... certo?
Amanhã faço...
Deixo para amanhã...
Amanhã... Amanhã...
Sempre amanhã!
Que palavra!
Que vocabulário!
Porque anda sempre no nosso pensamento?
Porquê amanhã?
E não hoje?
Porque não nos concentramos no que é importante?
Nós...
O ser humano...
A pessoa...
Damos tempo, perdemos tempo, ocultamos tempo.
Fazemos tudo o que nos pedem e nos compete.
Somos parciais, imparciais.
Acreditamos, tentamos acreditar, fazem-nos acreditar.
Inteligentes, ingénuos, maduros, egoístas.
É tudo o queremos e que vamos ser.
Pessoas do presente e do futuro.
Sem capacidade de amar e de viver.
Apenas sobreviver.
Incrédulos nos sentimentos.
Crentes no poder.
Assim somos nós, no nosso pleno esplendor!
Queremos ser sempre alguém.
Queremos estar um passo à frente!
A planear sempre o futuro!
A pensar sempre no dia de amanhã!
(Mas...)
Eu... não acredito no amanhã...!!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Tu e Eu!

Não sei como esquecer...
Aqueles primeiros passos que demos juntos
Ao encontro um do outro...
À procura de aventura e paixão
Eu...uma menina
Tu...um bom rapaz


A tua presença despertava em mim
Emoções que falavam mais alto
Que atordoavam o meu pensamento
E enlouqueciam o meu raciocínio

O teu sorriso...
Leve, eterno, apaixonado, encantador
Que leva qualquer pessoa a sorrir também
Enternece o coração mais frio
Em prol de um único momento intemporal

Tu...
Que me deixas à mercê da loucura emocional
Que trilhas um caminho nosso...
Onde me levas às cavalitas
Numa total cumplicidade
Caminhas por uma estrada de calçada
Onde os obstáculos foram, são e serão muitos


Me desposas
Com amor e paixão...
Todo esse sentimento que tem sido alimentado
Dia após dia
Momento após momento...

Não iremos esquecer...
As aventuras, os momentos, os desejos...
Que fazem parte de nós
Da nossa vida,
Do nosso mundo.

Agora,
Que nos tornámos num só
Onde corpo e alma se unifica
Ganha forma e contexto
Eu...mistério
Tu...a chave

quinta-feira, 13 de março de 2008

Jardim de Jasmin

Numa tarde de sol quente
Sentada na cadeira de baloiço
Pouso o copo de àgua gelada
E acendo um cigarro
Olho para o azul cativante do horizonte
Contrastando com o verde puro efervescente
Fecho calmamente os olhos
Cerrando levemente a claridade escura
Sinto o meu corpo a elevar
A ser invadido pela transparência
Pela clareza da luminosidade
Ouço...
O vento que assobia abafado
O jardim que entoa em jeito de canção
O chamamento da natureza

Deito-me sobre o jardim
A terra está quente e húmida
Ao meu redor...
O odor das flores,
Autênticos perfumes
O chilrear,
Notas musicais agudas e graves
Que se estendem
E se escondem
Por entre as ávores
Pavoneando-se com os seus ramos

Desligo o interruptor do pensamento
Descansando eternamente
No Jardim de Jasmin

terça-feira, 11 de março de 2008

Clientes ou Colaboradores?


Na realidade em que me encontro, enquanto trabalhadora de uma empresa internacional, considero que existem dois tipos de clientes: os externos e os internos. Ora semelhantes, sendo pessoas com interesses, valores, comportamentos e atitudes, como distintos, representando duas faces da mesma moeda para as empresas, pois possuem diferentes pontos de vista devido ao lado emocional e ao lado racional.

Presentemente, as empresas para terem sucesso têm de ser polivalentes e flexíveis, conseguir informar, criar, inovar e satisfazer as necessidades dos seus clientes. Esta é uma tarefa deveras árdua, não só pelo possível conflito de interesses quer internos como externos, ou mesmo pela expectativa criada entre ambos ser demasiado elevada e uma das partes não atender ao previsto.

Após muito reflectir, afirmo que vivemos perante as quatro estações dos clientes:
Inverno – Clientes furacões (sabichões, com mania): são aqueles que sabem, ou pensam que sabem, tudo. Possuem o rei e a razão do seu lado, não medindo esforços para obter o que querem, sendo pessoas frias e arrogantes, por vezes transformam-se em mal-educados;
Primavera – Clientes sabedores (informados): são aqueles que procuram e veneram a informação, querendo aprender sempre mais. Positivos, não influenciáveis, pensadores que procuram a melhor solução de resolução para os seus problemas e satisfação das suas necessidades;
Verão – Clientes fáceis (emotivos, confiantes): querem o melhor sem perder tempo com pormenores, gostam de fazer e actuar no momento, confiam nos outros, não possuindo qualquer preocupação mas se algo correr mal são os primeiros a levantar o tapete;
Outono – Clientes indecisos (meio termo): são influenciáveis quer pela positiva como negativa. Dão o dito por não dito, hoje tudo está bem, amanhã após conversa com terceiros já nada está como quer. Pessoas extremamente difíceis pois nunca sabem o que querem ou o que será melhor para elas.

A sobrevivência das empresas passa não só pela satisfação, formação e fidelização dos clientes externos, mas também dos clientes internos, não só porque são o capital humano de uma empresa mas também porque são os mesmos que cumprem, vestem a camisola e seguem a missão e estratégia da empresa. Sem eles, como é que as empresas constroem uma imagem de marca, para além do posicionamento, estratégias e logótipo? Sem eles, como seria possível, no caso cultural português, tangibilizar um serviço? Receber um sorriso, obter um atendimento personalizado na focalização e na conquista de novas oportunidades? Sabendo que o mercado tende, cada vez mais para a área comercial, como seria o futuro da empresa sem os seus clientes internos? E...será verdade que os clientes têm sempre razão? Ou as empresas têm de saber medir os actos, atitudes e valores em caso de conflito? Estarão as empresas preparadas para valorizar os esforços dos clientes internos enquanto veiculos condutores de informação? Ou estarão apenas interessadas na rentabilidade, na conquista de quota de mercado e na obtenção de custos ao menor preço? Não serão as políticas aplicadas que diferenciam os clientes externos (clientes actuais e potenciais do mercado) dos clientes internos (colaboradores de todos os departamentos e os órgãos sociais)? È verdade que existem linhas condutoras, mas não serão as mesmas infringidas ao criar excepções mediante o gosto dos órgãos socias? Tal como o ditado português o refere: ”Não faças o que eu faço, faz o que eu digo!” e esta é a verdade existente praticada e regente na política, na sociedade cultural, educacional e organizacional portuguesa.

É certo, que através das vendas e da fidelização dos clientes externos é que se mede o sucesso ou insucesso de uma empresa, mas também é verdade, que esse sucesso ou insucesso não provêm apenas de máquinas, de partes mecanizadas e electrónicas que substituem os clientes internos, ou seja, uma empresa não sobrevive no mercado actual apenas com os clientes externos satisfeitos, uma percentagem dessa satisfação provêm dos clientes internos.

Posso concluir que os clientes internos sendo uma das máquinas fazedoras, ou melhor, movimentadores de dinheiro, sucesso, lágrimas e sorrisos são uma das vertentes a considerar pelo bom funcionamento e um futuro melhor para a empresa.

Os colaboradores são e serão sempre um dos clientes das empresas. È obvio, que não podem ser satisfeitos eternamente em todos os aspectos, mas têm de sentir apoio, obter repreensão e condições para melhorias contínuas e conhecimento estrutural e organizacional, dentro do seio familiar laboral e profissional, pois todas as empresas são uma segunda família para os colaboradores. Uma família que, para além de remunerar a actividade no seio familiar, tem de ser um líder, fiel aos seus príncipios, inquebrável perante as dificuldades, aberta a novas oportunidades e experiências, compreensiva e acima de tudo...lutadora insaciável para a satisfação dos seus clientes externos e internos.

Para as empresas, mediante a minha linha de raciocínio, o seu objectivo final é e será a incansável e permanente busca de novas formas de combustão para a sinergia dos seus dois motores (os clientes externos e internos).

terça-feira, 4 de março de 2008

Acreditei


Porque não entendes?
Não compreendes
Nem visualizas
O Mundo não é teu
Nem meu...
Apenas o nosso mundo nos pertence
E esse foi abalado,
Aniquilado de angustia e de dor
Onde momentos quentes
Se transformaram em algodão doce
Derretido e pegajoso
Entranhando suavemente
Num rio cor-de-rosa
A cada passagem

Acreditei em histórias encantadas
No principe com o seu cavalo branco
Nos castelos e nos jardins eternos
Aceditei em ti
Acreditei em nós
Na paixão imoral
No amor proibido

Quando vais entender?
Que me é difícil
Afastar...
Não poder atracar no teu porto
Ficar sem abrigo
Naufragar
Percorrer quilómetros contigo
Para voltar ao ponto de partida
Não...
Prefiro parar agora
A meio do caminho
Sabendo que tivemos momentos,
Encontros e desencontros
Nos nossos jardins emocionais

Acreditei em histórias encantadas
No principe com o seu cavalo branco
Nos castelos e nos jardins eternos
Aceditei em ti
Acreditei em nós
Na paixão imoral
No amor proibido

Será que é necessário?
Eu conheci-te
No âmago do teu ser
A tua essência
O teu cheiro
Sei de cor
Sendo impossível
Não sentir o teu gosto
Nos sonhos acordados
Mais profundos
Percorri-te com ânsia
De descoberta
Com furor
E sem pudor

Acreditei em histórias encantadas
No principe com o seu cavalo branco
Nos castelos e nos jardins eternos
Aceditei em ti
Acreditei em nós
Na paixão imoral
No amor proibido

Porque não...
A conquista foi facilitada
Apaixonei-me sem pedir autorização
O coração foi bússula irracional
Orientador sem razão
Apenas o teu olhar
Foi fatal
E o teu sorriso
O meu destino
Complemento da armadura
Da alegria diária
Tudo aconteceu
E com pouco
Pensas-te que foi muito

Acreditei em histórias encantadas
No principe com o seu cavalo branco
Nos castelos e nos jardins eternos
Aceditei em ti
Acreditei em nós
Na paixão imoral
No amor proibido

Agora...
Não acredito mais!