quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Vi


Dizes-me:
Vi no teu olhar
A transpiração da raiva
O consumo do ódio
A frieza transmitida
Sem qualquer soluço
Ou sinal de compaixão
No gélido momento
Enaltecido…

Teus olhos
Pequenos espelhos
De verdade exuberante
Monstruosamente ficaram
A apoderar-se
De mim…

Teu rosto
Expressivo e sem rodeios
Depressa se avantajou
E transformou
Na máscara
Que se apoderou

Tua força
Estranhamente conhecida
De poder sem rebelião
Encarnou
Sem licença
O papel de uma vida

Agora sim
Conheço-te sem fim
Porque a perfeição
Não existe em mim