
Passeio pela calçada lisboeta
Sob a folia das luzes nocturnas
Entre vitrinas ostentadas
E fachadas pombalinas
Percorro com demora
A outrora avenida enamorada
Saboreando cada detalhe
Da vida lusa prometida
Sentada nos antigos bancos
Deformados e sujos
Com a cabeça entre os joelhos
Ouço os passos descompensados
E as buzinas alegóricas
Do rodopio da orquestra portuguesa
A meu lado um homem estático
Segura o pote de água corrente
Embelezado pela vegetação primórdia
De contentamento questionável
Passeio mais um pouco
Aos encontrões sugestivos
Nos pensamentos correntes
Daqueles que se afastam
Por entre o meu caminho
Continuo a minha demanda
Sob o luar bairrista
Dos lunáticos sem razão
Junto à colina da vida
Sem comentários:
Enviar um comentário