segunda-feira, 14 de julho de 2008

A Esquina

Dobro a esquina daquela rua
Tão conhecida e familiar
Que me cumprimenta
Com um bom dia caloroso
E um sorriso estridente
A cada passagem
A cada movimento voluptuoso
Sem nada fazer ocultar.

O seu vento rodopia lentamente
Acompanhando meus passos
Energéticos e pesados
Que transpassam o ponto central
Daquela sua calçada de pedra
Forrada em tons cinzentos
Desgastada pelo tempo e pesar
Daqueles que a pisam sem um único olhar.

A dobra esguia e aguçada da parede
Transborda cores luminosas e abafadas
Formando sombras relutantes negras
Pequenas sillhuetas sem nexo
Perfeitamente impacientes na conquista
De mais um espaço, de mais um corpo
No dia daquela esquina veloz e transparente
Albarroada por tanta gente.

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