sexta-feira, 18 de julho de 2008

Numa mesa de café

Numa esplanada à beira-mar
Duas chàvenas brancas fumegantes
Distraem dois jovens
Que estonteantemente conversam
Numa mesa de café
Na esplanada à beira-mar

Ela olha para ele
Sorri
Sem razão ou intenção
Apenas a celebração
Da grandeza que é ter vida
E viver
Possuir sentimentos
Ser emocional
Ser quem é
Sente uma forte batida
Desvia o olhar por segundos
O vazio instala-se
Como por segundos
E como por magia
Nada será como antes
Os promenores alteram
As personagens substuídas
Palavras consumidas
Ecoam em câmara lenta
E formam uma rede interactiva
De balões suspensos
Literalmente enjaulados

Numa esplanada à beira-mar
Dois copos gelidamente refrescantes
Distraem dois jovens
Que estonteantemente conversam
Numa mesa de café
Na esplanada à beira-mar

Ele olha para ela
Sorri
Sem razão ou intenção
Apenas a celebração
Da partilha daquele momento
Junto dela
Sabendo que não faz ideia
Do que ele pensa
De quem é
Os seus olhos brilham
Ele sabe que ela reparou
Apenas sorriu
Como que de um sinal se trate
Igual ao de um jogo de cartas
Em que o está em cima da mesa
É do conhecimento de ambos
E no fim o consumido
É de consentimento mútuo
Onde a mesa de café
Serve de bandeja
Para o entoar de suspiros
De dois corpos molhados

Numa esplanada à beira-mar
Dois beijos foram roubados
Ao sabor do mar salgado
Que serviu de cenário
Numa mesa de café
Na esplanada à beira-mar

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