terça-feira, 22 de julho de 2008

A chuva

Lá fora a chuva caí
Limpa todos os pontos sujos
Das ruelas da cidade
Visto um casaco
Saío porta fora
Caminho sobre as lágrimas do dia
Deixo que elas me limpem também
Que lavem toda a sujidade
Que albergo
Que sinto
Na imensidão do desconhecido

Correm gotas pesadas
Carregadas de solidão constante
Àgua purificada e salgada
Pequenas saliências que deslizam
Sobre a face triunfante
Enfraquecendo na passagem
Cada poro vagabundo
Em busca da liberdade
Na ilusão de encontrar a felicidade
A determinação e a vontade
De crescer para aprender a viver

Chapinho como criança
Na poça de lama
Junto ao jardim de infância
Na esquina do cruzamento da esperança
Onde te encontro a passear o sorriso
Como se o prémio fosse
Aquele que ganhaste
Quando me empurraste
Na cadeira de baloiço
Destinada a perdurar
Na noite de luar

Procuro-te sem perguntar
Nem pensar, nem opinar
Se o amor é o conjunto
Que se compra na loja do fundo
Enraizada nos confins do baú
Onde me pertences e me encontras
Sem precisar de lutar
Onde me escondo de ti
Para aliviar e apaziguar
A chuva que caí
Oh belo poema para amar

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