quinta-feira, 15 de maio de 2008

O sonho de sonhar

Abro de rompante a porta do quarto
Dois passos sem nexo
O meu corpo caí em cima da cama
Como uma pedra jogada
Brutalmente contra o chão
Olho para o relógio
Os ponteiros sorriem
Apresentam chamas imaginadas
Que ao promenor comovem
Olho em volta
O branco transparece a alma
Percorrendo sem lugar oportuno
Aquele pormenor íntimo
De encontro com o vivido
Sento-me no fundo da cama
Sorrio sem razão aparente
Mergulhando na escuridão
Do verdadeiro e não do crescente
Deito-me de novo
Fecho os olhos cerradamente
Para esquecer ou acordar
Apenas contemplar
A ilusão do que é ter
Poder ou querer
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O sonho de sonhar

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