sábado, 8 de dezembro de 2007

des...a...encontros! 2º Parte

Estou no meio da multidão
Ensurdecedora e invisível
Percorro o meu caminho
Como sardinha enlatada
Por entre pastas e pisadelas
Sem olhar para trás.

Este é mais um dia
Apenas mais um que levo comigo
Que me perssegue ao longo das horas
Alimentando-se da folia momentânea
Consumindo o lixo insano
Despejado inúmeras vezes.

Deixo que a onda me leve
Sem pressão nem direcção
Esmagando ilusões sem precedente
Contrariando um leque de medidas rigorosas
Impostas pelos sub-alternes imaginários
Que vagueiam de peneira em peneira.

Sinto um arrepio de frio encalorado
Encasacado de tremores vigentes
Apregoando à simultânea luta interna
Regente do mundo irónico ao heróico
Sem intenção de arrefecer o estômago
E aquecer as faces.

Encontro um sorriso distante
Pródigo mas sem registo contagioso de exuberância
Sem conhecimento nostálgico
Ou referência a qualquer sistema incompreendido
Apenas um sorriso...
Cúmplice com o seu olhar terno e voluptuoso.

Olho descuidadosamente para o infinito
Ao encontro do secretismo transparente
No negro mágico da passagem aérea
Subterrada nas linhas finas e invisíveis
De quem velejou ao sabor encantado
De um beijo retirado ao acaso.

Desvio o olhar...tornando a busca incessante
Amordaço os lábios cravando uma garra única
Sentindo revoltado o prazer a transpirar
Mergulhando porfundamente em cada respiração vibrante
Num gesto levemente acarinhado e intimidado
Que percorre corporalmente uma viagem imaginária.

De vontade ambígua e intransigente
A metamorfosse implantada instala-se
Criando um laço corrumpido e vulnerável
De sensações fortemente enraizadas
Apaixonadas pelo saber apetecível
Do toque sedoso e bronzeado.
Fico secretamente retida...


Apoiada nos guindastes corporais do momento
Envolta em imagens distorcidas e recuperáveis
De preenchimento profundo e omnisciente
Onde não reside a contaminação das palavras
Nem o desgaste sonoro dos actos consecutivos.

Fecham-se-me os olhos cansados
Absorvidos pela sórdida cultura emocional
Onde a fraqueza interna suspira liberdade
Enraivecendo a energética guerra sensorial
Soltando o grito histérico sensual
Da vivência única e sem historial.

Procuro e encontro...
O equilíbrio espiritual transitório
Que me eleva corpo, mente e alma
Percorrendo atleticamente o ritmo insaciável
Da batida que despeja energicamente
Toda a balada tóxicamente apaixonada.

Resgato-te todos os dias
Nos recantos das memórias flurescentes
Onde brotam enraivecidas sensações magras
Na esperança de reencontrar o passado
Onde eu me perdi a teu lado sem pesar
E tu me encontras-te no luar!

Sem comentários: