terça-feira, 21 de agosto de 2007

Onde tudo é eterno!

Como é eterna uma simples brincadeira,
Um sorriso fugido entre a multidão,
Uma mão dada num impasse de cumplicidade,
Um piscar de olhos incandescente.

O toque de dois apaixonados,
Sincronizado pela conversa momentânea,
Embarcados na futilidade do tempo,
Em busca dos ponteiros perdidos,
Envelhecidos e desgastados pelo colóquio,
Que os rodeia e os devora interminávelmente.

Escondidos num acto de aprovação,
Furtivo e inimaginável,
Unem o olhar, simultaneamente,
Em busca do que lhes pertence,
Do que não existe mas é visível.

Trocam mensagens radiosas,
A fluir glamour e excentricidade,
Em plena neblina nocturna,
Onde a lua e as estrelas os acompanham,
Num ritual de cores e sensações exuberantes.

O espaço do tempo impossível e antagónico,
Que ambos contemplam sem dor,
Os une e desune, num frenesim sem par,
Fazendo papel de porteiro,
Nas profundas passagens do ser.

As senhoras memórias,
Admiram cessantemente os seus filhos pensamentos,
Que passeiam nudezmente em frente deles,
Adoçando, alimentando forças inexistentes,
Provocando exuberações e alianças,
Causando um tremor sem rumo na sua passagem.

Os seus movimentos balançam energéticamente,
Formam danças indiscutíveis,
Onde exóticas formas se reinventam,
Transformam-se em pilares concretos de certeza.

Um suspiro final e terminável,
Enche de vida...
Perfura insaciávelmente...
Um ciclo transparente.

Seu jeito, astuto e preservado,
Seu pudor sem rancor,
Seu olhar de encantamento,
O fere ardentemente sem vagar.

Sua missão se desvia...
Enlouquece-o...
Não imaginar sem fantasiar,
Aquilo que mais anseia.

O desejo de sonhar torna-se ímpar,
Brota...
Resgata-a da observação,
Do esquecimento profundo
Renasce...

Como é eterna a ternura,
O sorriso de uma brincadeira,
O desaparecer contigo no meio da multidão,
Segurar na tua mão e sentir-te como ontem,
E esse olhar perfeito e profundo que me é o mais verdadeiro!

Como esse momento...
Para ti...
Para mim...
Será eterno!


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